CHICAGO, EUA (Reuters) - Surgiram novas provas de que um casamento ruim faz mal à saúde, mostraram pesquisadores na segunda-feira.
O estresse provocado pelos desentendimentos parece diminuir a produção inicial de uma proteína do sangue fundamental na cura feridas, disse um estudo da Universidade do Estado de Ohio (EUA).
Os casais briguentos estudados em um ambiente de laboratório apresentam um processo de cura mais demorado do que os que não brigam. O prazo de cura foi medido pela rapidez com que desapareceram bolhas feitas deliberadamente no braço dos envolvidos com a ajuda de uma bomba a vácuo.
"Os casais que deram sinais de um nível mais alto e constante de comportamentos hostis apresentaram um processo de cura 60 por cento mais lento, em média, do que os casais não-hostis", disse a pesquisa divulgada na edição de dezembro da revista Archives of General Psychiatry.
Os cientistas disseram já haver um número considerável de pesquisas mostrando que o desentendimento entre os casais provoca um impacto negativo sobre a saúde, impacto esse que vai da pressão alta à depressão.
"Apesar de a perda do parceiro poder provocar mudanças negativas na saúde mental e física, a simples presença de um parceiro não é algo necessariamente protetor. Um casamento conturbado é em si uma causa primordial de estresse", disse o estudo.
A pesquisa envolveu 42 casais, com idades entre 22 e 77 anos. Eles passaram por duas baterias de testes -- primeiro em um ambiente social e depois quando receberam instruções para discutir.
Segundo os cientistas, o estresse parece diminuir a velocidade da produção da citoquina -- uma proteína elaborada pelas células brancas do corpo e que desempenham um papel central na cura de feridas.
De outro lado, o estudo descobriu que, em casais que brigam muito, o nível de citoquina, na manhã seguinte ao de uma discussão, era mais alto do que entre os casais mais harmoniosos.
Enquanto a produção da citoquina nos pontos em que há feridas é benéfica, segundo os pesquisadores, uma concentração maior da substância no corpo todo é prejudicial.
Autor: Michael Conlon
Fonte: Reuters – 05.12.05